Avistei Berenice no café do lado do cinema. Vestido preto de bolinhas brancas bem pequenas. Aquele sorriso de moça que nunca lhe sai do rosto brilhando muito com o adorno que sãos seus cabelos ruivos. Mesmo preso, o alaranjado escuro imprime o charme delicado de Berê.
Ela tava bem. Conversava com uma amiga, mais velha é claro, sobre amenidades. Um croissant e um pastel de forno na mesa, enquanto preparam o chá. Já são 17:22 e Berenice não quer deixar o chá das cinco passar em branco.
A sandália acaba denunciando: Berê continua no balé. Nunca chegou na turma avançada, mas tudo bem já que ela continua nas aulas pra manter a forma (magra e flexível).
Tento olhar mais atento pra quem sabe vê-la melhor, só pra me certificar que ela esteja mesmo bem. Não vejo olheiras, mas sou visto pela amiga, que desconfiada se levanta e vai até o segurança do shopping.
Me retiro disfarçando o sorriso ao perceber que Berê está tão bem acompanhada.